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Registo de autoridade
Câmara Municipal de Tavira
CMTvr · Entidade colectiva · 1724-

Conquistada aos mouros por D. Paio Peres Correia em 1242, Tavira terá visto surgir então os primórdios do funcionamento da Câmara Municipal de Tavira . No entanto, pode-se considerar que a constituição da Câmara terá ocorrido na sequência da atribuição de Foral por D. Afonso III, em 1266 .
Damião de Vasconcelos defende que as sessões dessa época decorriam ao ar livre, no adro da Igreja de Santa Maria do Castelo e o dia em que se realizavam era conhecido por “Dia de Foral” ou “Dia de Audiência” . Do adro da Igreja de Santa Maria do Castelo a Câmara Municipal transitou para o edifício que foi mais tarde a cadeia velha , tendo sido demolido em 1930 para dar lugar ao edifício onde atualmente funcionam os Correios. Segundo escreve Arnaldo Anica, na sua obra “Tavira e o seu Termo – Memorando Histórico” , esta mudança terá ocorrido cerca da década de 20 do século XVI. Em 1645 a Câmara Municipal mudou novamente de instalações, passando a fixar-se na Praça, atual Praça da República, onde se mantém até aos nossos dias.
No século XVIII Belchior de Andrade Leitão , numa visita a Tavira , constatou que nos arquivos da Câmara existia documentação desde o século XIV, que, por motivos desconhecidos , hoje não consta do espólio arquivístico de Tavira. Desta época conhece-se somente a documentação ainda existente na Torre do Tombo e poucos documentos de finais do século XV, devido à intervenção dos oficiais da Câmara em 1733. Provavelmente devido ao mau estado de conservação da documentação original, estes oficiais procederam à salvaguarda dos documentos mais antigos, trasladando a informação para seis livros de registo .
O Fundo Documental da Câmara Municipal de Tavira, que retrata a História do Município de Tavira desde o século XVIII, tem por documento mais antigo um Auto de Aforamento de 1724, pelo que as datas extremas consideradas são de 1724 a 1982.

Canídeos
Centro Republicano de Tavira
CRTvr · Pessoa coletiva · 1910 - 1925

O Partido Republicano difundia a sua ideologia através de diversos centros espalhados pelo território nacional. Em 1910, existiam cerca de 165 centros. A sua atividade tinha uma função essencialmente recreativa e combativa: festas de angariação de fundos (quermesses, tômbolas e bailes); sessões de propaganda com bandas musicais que antecediam o orador (um líder ou jornalista do partido); sessões solenes para datas importantes ou falecimento de fundadores com discursos graves e compungidos.
Tavira foi, desde os finais do século XIX, apontado como um local onde existiam republicanos. Estes difundiam também a sua ideologia nos jornais políticos da localidade, como A Província do Algarve, O Combate, O Povo do Algarve O Heraldo bem como em diversos comícios e conferências. Foi inclusive fundado, em 27 de abril de 1876, o Clube Democrata Progressista, supostamente constituído com elementos republicanos.
Os ideais republicanos em Tavira remontam à década de oitenta do século XIX, com a criação do Centro Republicano de Tavira em 1884. O centro era presidido pelo Dr. Francisco Emiliano Pereira, secretariado por Luís A. Ramos e Joaquim do Carmo Figueiredo, os membros da Comissão Executiva eram Abílio Bandeira, Manuel do Nascimento Cruz, Rodrigo Gago da Graça, Manuel Faria, Augusto António César e Roque Féria. Este primeiro centro republicano não duraria muito tempo, pois passados quatro anos da sua fundação, acabaria por ser extinto em 1888 .
Só em 19 de julho de 1903, se criou um novo centro republicano em Tavira, presidido por Zacarias José Guerreiro, secretariado por Heitor Ramos e Victorino de Magalhães. Faziam parte da comissão executiva: Jacques Cesário Pessoa, Silvestre Falcão, Manuel Pires Faleiro, Victorino Magalhães e António Fernando Pires Padinha.
Atualmente, não se conhece o paradeiro da documentação do centro republicano do período precedente à implantação da República. Apenas é conhecido este conjunto documental, constituído formalmente em 1911, mas com informação registada logo a partir de outubro de 1910, pressupondo que o Centro Republicano já funcionaria em Tavira antes da implantação da República.
O Centro Republicano de Tavira surgido em 1911 sofreu várias designações: “Centro Democrático Tavirense” em 1911, em simultâneo com a designação de “Centro Republicano de Tavira” ; em 1912 era designado por “Centro União Republicana de Tavira” , foi conhecido por “Centro António Padinha” , provavelmente em homenagem a ao seu fundador, falecido em 1916; em 1919 passou a designar-se por “Centro Liberal de Tavira”; em 1923 passou a ser o “Centro Republicano Dr. António Padinha”.

Clube Recreativo Conceiçanense
CRC · Entidade colectiva · 1927 - 1942

O Clube Recreativo Conceiçanense foi formalmente constituído em 1930, ano em que viram os seus estatutos aprovados por alvará do Governo Civil de Faro. No entanto a sua atividade enquanto grupo recreativo remonta ao ano de 1927, denominado por Sociedade Recreativa Musical Conceiçanense, com inscrição de sócios e realização de reuniões que remontam a esse ano. Aquando da aprovação dos estatutos, é deliberado adotar a designação que constava nos estatutos, passando esta sociedade recreativa a ser conhecida por Clube Recreativo Conceiçanense.
Para acolher as atividades deste clube, foi mandado construir o edifício sede, no sítio da Igreja da freguesia da Conceição. Da planta entregue para obter licença de construção em 1933, verifica-se que os sócios usufruíam de uma sala com palco, dois camarins, um escritório, uma sala de leitura, uma pequena arrecadação, um salão de jogos e uma cavalariça.
O decoro da época exigia que os estatutos refletissem as normas de boa conduta, de decência e manutenção da ordem. Assim, aos homens não era permitido que fumassem na sala do baile e a entrada era vedada a quem se apresentasse com o chapéu na cabeça. A todos os sócios competia comportarem-se de forma respeitosa, não sendo permitidas discussões de qualquer natureza, que possam alterar a ordem dos assistentes .

Comissão Concelhia dos Desalojados de Tavira
CCDTvr · Entidade colectiva · 1975-1977

O processo de descolonização originou um grande fluxo de desalojados de nacionalidade portuguesa, provenientes das ex-colónias. Perante este cenário, havia que adotar medidas que contribuíssem para a integração de milhares de portugueses. Tavira não foi exceção e em 22 de novembro de 1975 constituía-se a Comissão Concelhia dos Desalojados de Tavira, tendo no seu primeiro plenário a presença de cerca de duas centenas de desalojados . Esta comissão pretendia resolver os problemas dos tavirenses regressados das ex-colónias, com o apoio da Comissão Distrital dos Desalojados do Algarve.
As comissões concelhias e distritais pertenciam a uma estrutura complexa de serviços que integravam o Comissariado para os Desalojados, constituído a 10 de setembro de 1976 . Este Comissariado integrava ainda o Instituto de Apoio ao Retorno de Nacionais (IARN), constituído em 1975 . A ação do Comissariado para os Desalojados abrangia atividades como o apoio à chegada, apoio no alojamento e alimentação, apoio social, realização do recenseamento dos desalojados, entre outras.
O Comissariado para os Desalojados foi extinto a 30 de agosto de 1979 e com ele, as comissões regionais e distritais. Apesar de ter sido determinado que os arquivos das comissões distritais seriam transferidos para a Comissão Liquidatária do Comissariado para os Desalojados e os bens móveis transitariam para os governos civis, não é feita nenhuma determinação quanto às comissões concelhias.
Da atividade da Comissão Concelhia dos Desalojados de Tavira restam o livro de atas e o livro de registo de correspondência expedida.

Comissão de Iniciativa e Defesa dos Interesses de Tavira
CIDITvr · Entidade colectiva · 1939

A Comissão de Iniciativa e Defesa dos Interesses de Tavira (CIDIT) foi constituída pela ação de um grupo de 12 tavirenses. Desse grupo constavam alguns nomes de distintos tavirenses, como o Dr. Manuel Simões da Costa , Tenente Francisco Solésio Padinha , Marcelino Augusto Galhardo , Pe. José Jorge de Melo e Eduardo dos Reis Viegas Mansinho . Da reunião que houve na sala do Grémio Tavirense, a 29 de novembro de 1939, ficou decidida a constituição de uma comissão com o objetivo de defender os interesses de Tavira e do seu concelho.
Sem mais demoras, a primeira reunião desta comissão teve lugar a 2 de dezembro de 1939, na sala das sessões da Câmara. Nesse dia, foi nomeada a mesa da Comissão composta pelo seu presidente, o Dr. Manuel Simões da Costa, pelo vice-presidente, o Dr. Jaime Bento da Silva e pelos secretários, o Tenente Francisco Solésio Padinha e o Dr. Eduardo dos Reis Viegas Mansinho.
O período de atividade desta Comissão foi muito curto, tendo sido realizadas unicamente 5 reuniões. A questão da substituição do Regimento de Infantaria nº 4 pela escola de Sargentos Milicianos, pautou os poucos atos tomados por esta comissão.
Da atividade desta comissão resultou este pequeno fundo documental, constituído por um só livro de atas, com datas de 2 a 30 de dezembro de 1939.

Corregedoria da Comarca de Tavira
CCTvr · Entidade colectiva · 1762 - 1833

Em 1536 a Comarca do Algarve foi dividida em duas: a de Lagos e a de Tavira. Cada Comarca era representada pelo corregedor, magistrado administrativo e judicial que representava a Coroa ao nível local. Segundo Arnaldo Anica, o primeiro corregedor da Comarca de Tavira foi Pedro Alvernaz e o último foi João Moniz da Silva Boto, em 1832 .
Os corregedores, a par dos provedores, eram os principais magistrados administrativos que representavam a atuação da administração central junto das entidades administrativas locais. Com funções essencialmente judiciais, ao corregedor competia, por exemplo, a inquirição das justiças locais, a avocação dos feitos dos juízes ordinários, verificar a eleição local dos juízes e das vereações . As suas competências encontram-se dispostas nas Ordenações Manuelinas e também nas Ordenações Filipinas .
Embora a Comarca de Tavira tenha sido constituída em 1536, a documentação que resultou da atividade destes magistrados data de 1762 até 1833.